segunda-feira, 23 de julho de 2012

Confissão ao palhaço!

Por Rafael Carvalho
Fotografias Jonatha Cruz



   Há aqueles momentos em que, uma cena te faz lembrar algo que nunca foi visto. Sorri, sorri novamente como a criança que se esconde nos meus cantos internos, e meus olhos brilharam assim como, um dia foi. Em meu canto mais sombrio da mente, uma janela se abriu quando em tua face pintada, reencontrei o sabor do riso espontâneo trazendo uma luz que já não é de hoje existir.


   Como pôde uma cara pintada, fazer mais efeito que o remédio que o doutor receitou? Como pôde, a palhaçada nunca perder a graça? Doutores, sim, doutores da alegria que curam as feridas que o próprio eu insiste em apertar. E por trás da tinta, por trás da cor, por trás do nariz vermelho está o ser transformador.

   Corre o sonho, que de tanto correr agarrou e não soltou. Traz a alma do palhaço, esvazia o teu eu e preenche desse tal Doutor, faz sua graça e alivia essa vontade de ter de volta aquele sorriso persistente não só nos lábios, mas também no coração.


   Artista, poeta das ações, alma emprestada, criatura e criador! Vagando no mundo, e entrando no nosso com uma leveza sem fim, quase sem perceber nos invade trazendo aquela velha lembrança de algo que nunca existiu. 

   Assisti, aplaudi e agora entendi que se no meu peito senti uma felicidade, se nos meus lábios postei um sorriso, e confesso, se em meus olhos lágrimas se acumularam o propósito se concretizou, vi a palhaçada e me encontrei... bendito Doutor esse palhaço que me acordou.


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